Tarde de domingo no Rio. O cenário é formado pelo casario antigo, por barraquinhas com comidas, queijos e vinhos. O carioca, sempre acostumado a um chopinho, tem, cada vez, mais se rendido ao “vinhozinho”. Assim foi no último fim de semana no centro histórico da cidade, quando pudemos ver dezenas de pessoas com suas tacinhas, de plástico ou de vidro, enquanto conversavam e se divertiam com amigos e famílias.

Parte do público que foi aos eventos gastronômicos no Centro do Rio optou pelo vinho para acompanhar o bate-papo
O clima de festa e com temperatura amena nos remeteu à alegria e ao jeito informal e sem frescura dos europeus no verão, que bebem vinho pela rua para celebrar o tempo de calor, que para eles acaba rápido. Sempre ávidos pelo sol, eles se reúnem em parques, praças ou em qualquer pedacinho de grama disponível, para fazer piqueniques e se divertir com a família. Ao lado, sem cerimônia, taça especial nem regras de harmonização, está a garrafa de vinho, seja ela de tinto, de branco ou de rosé.

Tendo como foco a culinária francesa, a feira ‘Rio Je t’aime’ levou muita gente à Casa França-Brasil
Aos poucos, o carioca vem adotando esse hábito. Na Casa França-Brasil, durante o evento Rio Je t´aime, que reuniu chefes famosos cozinhando pratos simples e chiques ao mesmo tempo, ouvíamos a todo instante:
– Vamos parar aqui para um vinhozinho?

A barraquinha da Vinhética, vinícola criada por um enólogo francês que faz vinhos no Sul do Brasil, teve muita procura
No local estava a barraca da Vinhética. Criada por um enólogo francês, Gaspar Desurmont, a linha de vinhos é produzida em Dom Pedrito, na Campanha Gaúcha (RS), e vem conquistando espaço na carta de bares e restaurantes do Rio. O projeto busca desenvolver um vinho de qualidade com respeito ao meio ambiente, de forma sustentável e o mais natural possível.
A fila para comprar estava enorme e muitos escolhiam o Vinhética Terroir de Rosé (R$ 15, a taça), o que dava ainda mais o ar de verão europeu àquele ambiente ao ar livre – embora a lotação estivesse um pouco acima do ideal. Lá, a taça é de vidro e para utilizá-la o cliente paga uma taxa de R$ 10, que é devolvida após o uso.
Além do rosé, os vinhos disponíveis eram o Vinhética Terroir de Blanc (R$ 15, a taça), o Vinhética Terroir de Rouge (R$ 15), o Vinhética Terroir d’Élégance (R$ 20) e o espumante Guatambu Poesia do Pampa Brut (R$ 15). Os vinhos também estavam sendo vendidos em garrafas, com preços entre R$ 60 e R$ 75.
Local – A poucos metros dali estava a Junta Local, feira que já está se tornando um point na cidade. Com o objetivo de levar o produtor diretamente ao encontro do consumidor, a feira é realizada em diferentes lugares, sempre nos fins de semana. Lá é possível encontrar crepes, sanduíches, pães, cogumelos, tábua de queijos e, claro, vinho.

A vinícola brasileira Guatambu marcou presença com seus vinhos e espumantes na feira Junta Local: taças a R$ 16
Há um revezamento entre os produtores da bebida que participam do evento. No último domingo, a Vinícola Guatambu, também da Campanha Gaúcha, estava vendendo seus vinhos.
O sucesso absoluto era o espumante rosé Guatambu Rosé Brut. Servido em taças de plástico, ele era visto nas mãos de muita gente. Com o “friozinho carioca” que fazia, o vinho tinto também conquistou adeptos.
Entre as opções vendidas estavam o Angus Tannat, o Luar do Pampa Chardonnay e o Vinho da Estância Tinto. As taças custavam R$ 16.
Os dois eventos e a descontração para beber vinho nos fizeram ver de perto, mais uma vez, o crescimento desse mercado por aqui. É interessante constatar que, cada vez mais, o vinho fica acessível e vai entrando na rotina de mais gente, deixando de lado o equivocado “status” de bebida cara e voltada apenas a ocasiões refinadas.
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