Nas nossas andanças por Argentina, Chile, Uruguai e Brasil, sempre ouvimos, durante as visitas às vinícolas, os vinhos sendo apresentados com a pontuação do Descorchados, considerado o maior guia mundial de vinhos desses países. A nota que cada vinho recebe é motivo de orgulho para o produtor e faz, muitas vezes, com que o preço do vinho suba bastante.
Nós sempre levamos em conta essa e outras pontuações feitas por especialistas, mas costumamos fazer a nossa própria avaliação. Afinal, vinho bom é aquele de que nós gostamos, é o que cada pessoa elege segundo o que lhe agrada ou não, ainda que não tenha um suposto “conhecimento” específico. O vinho é, em primeiro lugar, uma bebida prazerosa e agregadora. E sempre será assim.
Considerado o maior guia mundial de vinhos desses quatro países (Argentina, Chile, Uruguai e Brasil), o livro completa 20 anos em 2018. Para esta edição, foram analisados mais de 3 mil vinhos, de 469 vinícolas. O Botequim do Vinho esteve no lançamento do guia, no Rio de Janeiro. Apesar da boa intenção de, pela primeira vez, fazer a festa também na cidade (e não apenas em São Paulo), o evento por aqui deixou a desejar. A começar por ter tido um tamanho (e, por consequência, uma importância) cinco vezes menor do que a sua versão paulista – aqui, 20 vinícolas estiveram representadas; lá, 100.
Chileno e uruguaios – Essa edição de bolso deixou de fora importantes produtores. Mas, dentre os que conseguimos experimentar a partir do que foi apresentado, o nosso escolhido veio ao encontro de uma descoberta que fizemos durante a nossa viagem ao Chile, em 2017. Nós, que não éramos lá tão fãs da uva carmenere, símbolo do país, voltamos encantados com os vinhos feitos com a uva pinot noir no clima e solo chilenos, muito diferente de “outras” pinots que já conhecíamos. Não por acaso, no lançamento do Guia Descorchados, ficamos apaixonados pelo Cono Sur Viento Mar Block 21 Single Vineyard Pinot Noir.
As uvas são produzidas no Vale de San Antônio, a região vinícola chilena que fica mais perto do mar. É uma área onde faz frio, o que acaba por dar uma acidez muito boa ao vinho. Como a pinot noir é uma uva de casca mais fina, seus vinhos têm menos taninos e são mais “leves”. Com a acidez trazida pelo clima frio, o vinho fica muito refrescante. Além disso, pode parecer maluquice, mas dá para sentir um gosto “salgadinho” lá no finzinho do vinho, naturalmente por conta do solo e do clima muito influenciados pelo Oceano Pacífico, ali tão perto (algo semelhante com o que experimentamos na Casa Marin).
Além desse, confirmamos a excelência de alguns vinhos uruguaios. Desta vez, mais especificamente das vinícolas Garzón e Viña Edén. Grandes vinhos desses produtores que estão mais para perto da região de Punta, no que nós aqui do Botequim já havíamos identificado, no ano passado, como a “fronteira leste” dos vinhos do Uruguai.
2 Comentários
Adorei descobrir mais sobre os vinhos com vocês!!!
Obrigada pela leitura, Juliana!