“Se eu tenho algum dinheiro? Não consigo pensar em nenhuma maneira melhor de gastá-lo do que em champanhe – Ernest Hemingway”
LETÍCIA SICSÚ
A antiga frase do grande Hemingway – escritor norte-americano que viveu anos em Paris e traduziu como poucos o espírito francês – nunca esteve tão atual. Lendo as notícias mais recentes sobre o mundo do vinho (e o vinho pelo mundo), vi que a exportação de champanhe, bebida que só é produzida em uma pequena e charmosa região da França (e onde este Botequim esteve em agosto passado), bateu novamente recordes em 2016. Segundo o ‘Comité Champagne’, comissão que representa os produtores da bebida, o valor total arrecadado com a venda para o exterior no ano passado superou a cifra de 4,7 bilhões de euros.
São 306 milhões de garrafas que deixaram a França no último ano. E cada uma delas foi fazer parte da história de alguém. Em comparação com 2015, as borbulhas dessas histórias foram mais rosadas: foram exportadas 8,6% de garrafas de champanhe rosé a mais em 2016.
Na Nova Zelândia, por exemplo, mais garrafas foram abertas ou estão esperando alguma situação especial – a exportação de champanhe para esse país de paisagens deslumbrantes aumentou mais de 25%. Os russos, por sua vez, parecem estar revezando a vodca com o champanhe em suas celebrações: as exportações para lá aumentaram 24,8%. Já o Brasil está na contramão. Não sei se faltam motivos para comemorar, mas o fato é que a exportação do famoso vinho borbulhante para cá caiu mais de 35%…

Entrada de Cramant, cidade da região de Champanhe, na França, conhecida pela altíssima qualidade da bebida que produz
Para se abrir uma garrafa de champanhe, costumamos pensar que é preciso um motivo especial, uma história, uma emoção. Elisabeth Bollinger, a forte mulher que conduziu a casa produtora Bollinger, costumava dizer assim: “Eu bebo champanhe quando eu estou feliz e quando eu estou triste. Às vezes, bebo quando estou sozinha. Quando tenho companhia, considero obrigatório. Dou uma bicadinha quando estou sem fome, e bebo quando estou com fome. Se não for assim, eu nunca nem toco no champanhe, a não ser que eu esteja com sede”. Que tal?
Na mesma linha, Napoleão Bonaparte também se apoiava na prestigiosa bebida das borbulhas para enfrentar os tempos de guerra. Afirmava que “Na vitória, você merece champanhe. Na derrota, você precisa dele”. Quem discorda?
O mesmo pensamento, mas trazido para as batalhas do amor, era o que tinha a estilista francesa Coco Chanel. Ela dizia: “Eu só bebo champanhe em duas ocasiões: quando estou apaixonada, e quando não estou” – e assim seguia abrindo garrafas e mais garrafas.
Com todos esses motivos especiais, o champanhe continua, mundo afora, irrigando os momentos de emoção, de festa, de celebração, de vitória, de alegria. E, também, segue como combustível que alimenta o sonho de um futuro melhor ou menos sombrio. Afinal, como disse o saudoso jornalista brasileiro – e carioquíssimo – Zózimo Barroso do Amaral, “Enquanto houver champanhe, há esperança”.
4 Comentários
Bebamos!
Linda crônica, Leticia!
Obrigada! Que legal que gostou! Brindemos! 😉
Bonito artigo! As fotos são super legais tb! Parabéns!
Luiz
Valeu pela leitura, Luiz! Abraço!