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Botequim do Vinho – Bebendo e Contando Histórias

A vinícola uruguaia mais famosa entre os brasileiros

Destinos, Montevidéu, Uruguai - 9 de maio de 2016

Bouza: os encantos de uma das bodegas que melhor recebem os amantes do vinho

Ouvíamos falar da Bodega Bouza antes mesmo de pesquisarmos para decidir quais as vinícolas que iríamos visitar no Uruguai. Ainda no Brasil, vários amigos nos recomendaram o restaurante e elogiaram a beleza da propriedade e a qualidade dos vinhos. A princípio, ficamos um pouco reticentes, achando que era uma vinícola muito grande, muito turística, menos familiar e, portanto, mais impessoal. Estávamos errados, ainda bem.

Panorama de vinhedos da Bouza: apesar da fama, vinícola produz apenas 120 mil garrafas por ano

Panorama de vinhedos da Bouza: apesar da fama entre os turistas, vinícola produz apenas 120 mil garrafas por ano

Quando entramos pelo grande portão da vinícola, o céu estava azul e contrastava com o verde das árvores e das videiras. Um dia mágico. Estacionamos o carro e ali já avistamos o antigo casarão onde funciona a bodega.

A construção é de 1942. Em 2002, a família Bouza restaurou os prédios, instalou toda a tecnologia necessária e iniciou a sua produção de vinhos finos. É interessante notar a convivência e o contraste entre o antigo e o novo em todos os espaços.

A arquitetura rústica da bodega: ao fundo, a sede, onde fica o restaurante; à direita, antigo galpão onde está a cave que armazena os vinhos

A arquitetura da bodega: ao fundo, a casa principal; à direita, o antigo galpão onde está a cave que armazena os vinhos

Visita guiada pela cave onde ficam as barricas

Visita guiada inclui explicações na cave onde ficam as barricas

Fomos recebidos por uma guia turística que nos levou direto aos vinhedos. O grupo que participava da visita era grande, cerca de vinte pessoas. Como havia canadenses entre os turistas, ela explicava tudo em espanhol e, depois, repetia em inglês.

Apesar do grande número de visitantes, o tour foi bem intimista e a guia foi muito atenciosa e simpática. Aí caiu o nosso primeiro preconceito.

Produção – Cerca de 60% dos vinhedos é de tannat. Porém, há também merlot, chardonay, riesling, pinot noir, tempranillo e alvarinho. A Bouza, apesar de famosa, é uma vinícola pequena que preza pela qualidade e não pela quantidade. Não são usados agrotóxicos nos aproximadamente 25 hectares de plantação.

Barricas e antigos tanques de concreto convivem lado a lado

Na ‘cantina’, barricas e antigos tanques de concreto

Quando necessário, as vinhas são sacrificadas para não comprometer a qualidade de uma determinada safra. A vinícola produz cerca de 120 mil garrafas por ano, o que é pouco se comparado a muitas outras da América do Sul. Aí caiu o nosso segundo preconceito.

O tour segue pela cantina, onde os vinhos ficam dentro de tanques de aço inox e de concreto para passarem pelo processo de fermentação. É possível ver o cuidado com cada etapa da produção. Há também uma cave com temperatura constante de 14 graus, onde os vinhos ficam envelhecendo dentro dos barris de carvalho.

Os tintos ficam em madeira por um período que varia de 12 a 18 meses, na maior parte das vezes, e os brancos ficam, no máximo, durante nove meses. Há barris de carvalho franceses e americanos. O uso dos dois é importante, já que dão diferentes características ao vinho. O americano, por exemplo, costuma levar um aroma floral à bebida.

Apesar de a produção não ser grande, 40% é exportada para Brasil, Estados Unidos, Chile, França, Espanha e até para a China. O cuidado com cada garrafa continua mesmo depois de estarem prontas. A Bouza separa 40 garrafas de cada tipo para serem analisadas e para que o amadurecimento e a evolução dos vinhos ao longo dos anos possam ser acompanhados.

Vista interna do restaurante, onde ocorrem degustações e almoços harmonizados com os vinhos da Bouza

Vista interna do restaurante, onde ocorrem degustações e almoços harmonizados com os vinhos da Bouza

Visitantes também podem optar pelo terraço do restaurante

Visitantes também podem optar pelo terraço do restaurante da vinícola

Degustação – Depois da visita, fomos fazer a degustação, antes do almoço, já no lindo restaurante. Experimentamos quatro vinhos acompanhados de queijos e frios. Um dos queijos era produzido pela própria vinícola.

Começamos com um branco, da uva alvarinho, de origem portuguesa, safra 2015. Nunca havíamos provado vinhos feitos dessa uva e tínhamos muita curiosidade. O aroma é frutado e nos lembrou um pouco o da uva torrontés, típica da Argentina. Achamos o vinho fresco, leve e muito bom.

Em seguida, fomos para um tinto, combinação de merlot com tannat. Fica durante oito meses na barrica de carvalho, é encorpado, mas ainda assim leve, bom para uma refeição do dia a dia. Depois nos foi trazido um dos vinhos ícones da vinícola, o Monte Vid Eu 2013. Ele é feito a partir das uvas tannat (55%), merlot (23%) e tempranillo (22%) e fica 14 meses em barricas de carvalho. O vinho é muito bom e deu vontade de continuar nele para o almoço.

No entanto, antes das carnes que havíamos escolhido para acompanhar a comida, veio o último vinho da degustação: um Parcela Única, de tannat, com 15,5% de graduação alcoólica. Foram produzidas somente 4 mil garrafas. Ma-ra-vi-lho-so.

Em 2002, a família Bouza restaurou construção de 1942 para fabricar os seus vinhos

Em 2002, a família Bouza restaurou construção de 1942 para instalar equipamentos modernos e fabricar os seus vinhos

'Parcela Única B6 2013': produção de apenas 2.667 garrafas

‘Parcela Única B6’: apenas 2.667 garrafas

A degustação foi orientada por um dos garçons que sabia cada detalhe de cada um dos vinhos. Ele não titubeou para responder a nenhuma das perguntas e, apesar de estarmos em um restaurante onde dezenas de outras pessoas faziam degustações e almoçavam em mesas independentes, estávamos nos sentindo clientes exclusivos. Aí caiu o nosso terceiro preconceito.

Apaixonados que ficamos pelo Parcela Única, esse foi o vinho que pedimos para acompanhar o almoço, uma autêntica parrilla uruguaia. Foi esse também o vinho escolhido para trazer na bagagem, além de um branco, de alvarinho, o primeiro da degustação.

O restaurante é tão bom que voltamos lá dois dias depois. Nesse dia, escolhemos um vinho um pouco mais barato, o Bouza Tannat. Talvez a paixão pelo Parcela Única tenha sido tanta, que acabamos não gostando muito desse.

Mas o restaurante é agradável, intimista, apesar de grande, e ainda tem uma atração à parte: um grupo de pavões que mora na vinícola. Eles abrem suas caudas para agradar aos turistas. Pronto, caíram todos os preconceitos que tínhamos e fomos embora com a certeza de que a Bouza é uma vinícola imperdível.

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Tags | alvarinho, bodega bouza, bouza, canelones, enoturismo, los caminos del vino, tannat, uruguai, uruguay, vinhos do uruguai, wine tours
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2 Comentários

  • Pablo Ricciardi 26 de novembro de 2017 at 9:31 pm

    Visiten Nuestra bodega

    Bodegas Carrau una de las bodegas más antiguas de nuestro Uruguay

    Con gusto los recibiremos.

    https://www.google.com.uy/search?q=bodegas+carrau+descorchados+2017&prmd=inmv&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiN2qOSwN3XAhXCIZAKHS6EDlMQ_AUIEigB&biw=375&bih=553#imgrc=0NDBdP6qMaHfrM:

    Saludos

    Responder
    • Eduardo Carvalho 30 de novembro de 2017 at 8:45 pm

      Olá, Pablo!
      Já conhecemos e adoramos a Bodega Carrau, estivemos lá com Margarita Carrau e temos essa história aqui no blog:
      https://botequimdovinho.com.br/familia-carrau-fazendo-vinhos-ha-10-geracoes/

      Gostaríamos muito de voltar!
      Um abraço,
      Saludos!

      Responder

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