Antes de chegarmos ao Glou Glou, no bairro boêmio de De Pijp, conhecíamos outros dois bares de vinhos, excelentes, dos quais já falamos por aqui: o Vyne e o Bubbles & Wines. O primeiro, na beira do canal Prinsengracht (onde há alguns hotéis de luxo e atrações turísticas como a Casa de Anne Frank), é mais sofisticado, embora maravilhosamente sem frescuras. O segundo, perto do burburinho da praça Dam, no Centro da cidade, chama atenção pela incrível variedade e por cair bem tanto na happy hour quanto numa saída noturna. Assim, o Glou Glou completou o nosso trio de ouro como um lugar descontraído, longe das áreas mais turísticas e perfeito para bebericar num fim de tarde, ao acaso.
Outra diferença desse bar para qualquer outro onde já estivemos é que nele só há vinhos orgânicos. Elaborados em diversos lugares do mundo, todos os que estão à venda – inclusive para levar, por 15 euros a menos do que na carta – têm em comum o fato de serem feitos com uvas cultivadas por agricultores que não utilizam pesticidas, herbicidas nem fertilizantes artificiais. Assim, é interessante escolher sem conhecer os rótulos, contando com a ajuda dos garçons e garçonetes a partir do ou dos estilos de que você mais goste.

A informalidade é uma das marcas do Glou Glou, bar de vinhos localizado num dos bairros mais boêmios de Amsterdam
Mais um aspecto interessante do Glou Glou é o fato de ele não ser exatamente turístico. É fácil observar pequenos grupos de colegas recém-saídos do trabalho ou casais batendo papo e “tomando uma” antes de chegar em casa ou de seguir para algum restaurante das redondezas.
O bar oferece vinhos principalmente franceses (inclusive de regiões menos comuns de acharmos em lugares assim, como Roussillon e Loire, por exemplo), italianos e espanhóis. Para comer, um enxuto mas diversificado cardápio, com petiscos que vão de fatias de pão com azeite a confit de pato, incluindo prato de queijos, azeitonas italianas da Sicília e sardinhas portuguesas, entre outros.
Nós abrimos os trabalhos com o champanhe Fleur de Craie (foto acima), do produtor Barrat-Masson, um extra brut muito fresco e frutado feito a partir da uva tinta pinot noir. A taça saía por 9,50, o que para preços europeus é um ótimo custo-benefício. Aprovadíssimo.
Depois, provamos dois tintos, também franceses. Um deles, o levíssimo La Reboule (Les Deux Terres, 2014), da região do Rhône. Uma combinação das uvas grenache, cabernet sauvignon e merlot, com apenas 12% de teor alcoólico.
O outro, o Le Rouge de Notre Terre (Castel Vielh la Salle, 2011), um legítimo e encorpado Bordeaux da famosa região da Gironde. Ótimo. Para acompanhar, apenas pão e azeite. Pra que mais?
Esvaziadas as taças, foi fácil voltar ao frio da rua. Estávamos mais leves, aquecidos e muito satisfeitos por ter colocado mais esse pedaço de Amsterdam, cidade que amamos, em nossos tintos corações.
Onde: Tweede van der Helststraat, 3, Amsterdam.
2 Comentários
Muito bom saber que existem bons bares de vinho em Amsterdam. Estou indo para lá em junho, já anotando as dicas 😉
Sigo vocês já tem um tempo e mandei um e-mail há uns dois meses atrás pedindo dicas de vinícolas no Uruguai. Dicas super acertadas! Muito obrigada! Agora eu também tenho um blog: http://www.estradasevinhos.com , ainda está no começo, mas em breve escreverei sobre o Uruguai por lá.
Adoro o blog de vocês! Visitem o meu também! 🙂
Aproveite muito Amsterdam, Patrícia. Só de falar, já me deu saudade… Que bom que gostou das dicas. O Uruguai é incrível, né? Parabéns pelo blog! 🙂