As lindas ruas de Amsterdam não escondem (ou mostram!) apenas charmosos bares, cafés, restaurantes ou coffee shops. Em meio a seus inúmeros canais, prédios com séculos de história, museus e lojas, a cidade onde o gosto pela cerveja e pela liberdade está em toda parte também apresenta grandes opções, fora dos restaurantes tradicionais, para os amantes do vinho. Já havíamos descoberto isso com o Vyne, bar sobre o qual falamos aqui no Botequim. Agora, trazemos para vocês outros dois lugares incríveis: O Bubbles & Wines e, no post seguinte, o Glou Glou.
Se o Vyne fica às margens do canal Prinsengracht, na Prinsengracht Straat, uma das ruas mais conhecidas da cidade por abrigar a Casa de Anne Frank, o Bubbles está localizado mais perto do burburinho do Centro, numa rua ao lado da turística Praça Dam. A atmosfera mistura o chique com o descontraído e, no inverno gelado, vinhos para todos os gostos e bolsos aquecem o corpo e a alma.
São nada menos do que 55 rótulos servidos em taça (em garrafa são cerca de 150), incluindo tintos, brancos, rosés, champanhes e espumantes, além de vinhos de sobremesa, como Porto e fortificados em geral. Trata-se de uma ótima oportunidade para provar vinhos de diferentes partes do mundo, já que vinhos holandeses, embora existam, não encontramos em cardápio nenhum na cidade.
A casa dá também a opção do que eles chamam de “a flight of wine”. Trata-se de uma combinação de três “meias-taças”, selecionadas por tipos de uva, países ou qualidade do vinho.
É possível pagar de 4,60 a 22,00 euros numa taça, dependendo daquelas coisas todas, safra, região, país, uva etc. Há ainda alguns petiscos, principalmente à base de queijos e frios, que fazem bonito no acompanhamento.
Nós abrimos os trabalhos com uma tacinha de champanhe Ruinart. Taí uma grande marca que diz a que veio logo no primeiro gole (e isso não acontece com todas).

O interior do ‘Bubbles & Wines’: sofisticado, mas sem frescura, bar de vinhos é um oásis que oferece 55 rótulos em taças
Depois, com um queijo Saint Marcellin derretido acompanhado de pão, passamos aos tintos. Pedimos uma taça de um Bordeaux (Château Chantalouette Pomerol 2010) e, ouvindo a festa que o garçom fez ao levá-la à mesa ao lado, outra de um Amarone (Tommasi Amarone Della Valpolicella Classico Veneto 2012).
Quando o garçom trouxe os vinhos, caprichou na exaltação do “Amaroooneee!!!” e se referiu ao Bordeaux Pomerol de 2010 (!) que pedi como “this something else” (“essa outra coisa qualquer”), sorrindo. Nunca tínhamos tomado um Amarone, essa verdadeira grife dos vinhos italianos. Ao primeiro gole, um sabor delicioso e indescritível dava total razão ao festeiro garçom. Enrolamos ao máximo para acabar, pedimos outra taça e nunca mais queríamos sair dali.
Voltamos ao frio da rua com a certeza, sempre renovada, de que o vinho tem mesmo uma magia toda especial. Como aquela, na noite fria de uma Amsterdam que é muito mais do que suas cervejas, sua beleza, sua história, suas bicicletas ou quaisquer outros de seus maravilhosos clichês.
Onde: Nes, 37, Amsterdam.
1 Comentário
Quando estive em Amsterdã, procurei mais pelas cervejas do que vinhos. Me arrependi de não ter visitado o Bubbles and Wines. Está na minha lista must go para a minha próxima visita à cidade.