Visto de fora, ele parece pequeno. Por dentro, é pequeno mesmo. Não tem mesas nem cadeiras. É como um minúsculo corredor onde os clientes, cotovelos devidamente apoiados, conversam, petiscam e, principalmente, bebem – e como bebem – vinhos em taça.

Não tem recepcionista na entrada nem garçom no salão. Pompas e circunstâncias não passam pela porta. Você entra apenas com a sua sede, aquela vontade de “tomar uma”, sabe como é?

Os muitos ‘cardápios’ de petiscos, salgados ou doces, ficam pendurados por todo o teto do pequeno bar

A bancada e o balcão, separados pelo ‘corredor’ onde ficam os clientes

A partir daí, é só se instalar no grande balcão ou na estreita bancada que fica na parede oposta e pedir tinto, branco ou rosé. São dezenas e dezenas deles e os dois atendentes, se solicitados, dão dicas de acordo com o seu gosto para vinhos.

Depois, pode escolher uma das opções de tira-gostos nos cardápios pendurados no teto. Pronto, você já é de casa.

Deu para entender, né? Lá tem vinhos de todos os tipos, de toda a França, e, para beliscar, tapas – como dizem os jovens. Tudo custa 4, 5, 7 euros, por aí.

Ao fundo, a adega cheia de garrafas

Pode ser lugar de passagem, uma escala antes do jantar. Ou de paragem, quando o relógio não importa e tudo o que se quer é a simplicidade de um bate-papo harmonizado com vinho bom e barato.

Dito assim, parece um sonho. Mas ele é de verdade. Essa maravilha em forma de boteco atende pelo nome de L’Avant Comptoir. Significa, numa tradução livre, algo como “Balcão de Recepção”.

Explica-se: o bar fica colado ao prestigiado (e caro) restaurante Le Comptoir du Relais. E surgiu quando o dono, o renomado chef Yves Camdeborde, teve a idéia de entreter a fila de espera. Deu muito certo e o L’Avant logo ganhou vida própria.

A fachada do bar, que também vende crepes, mas apenas para viagem

No inverno ou no verão, está sempre cheio. Discreto, não tem janela ou vista para nada. Mas quando você esvazia suas tacinhas e pisa outra vez na calçada, está em Paris. Que tal?