Desde que pegamos a estrada para a Côte des Blancs, sub-região de Champanhe ao sul de Epernay, nós nos encantamos com as belas paisagens e as vilas cercadas de vinhedos por todos os lados.
Depois de passarmos pelas cidades de Chavot, Cramant, Avize – onde visitamos dois vignerons (pequenos produtores independentes) –, Oger e Le Mesnil-sur-Oger, chegamos a Vertus, última parada do dia antes de voltarmos a Epernay.
A cidade é pequena e muito bonita. Nela, claro, também se respira champanhe por toda parte. Seja nas vias principais ou em ruelas secundárias (foto acima), há diversas lojas e bistrôs nos quais a bebida é a estrela, além de alguns restaurantes.

A Place de la République, em Vertus, onde fica o Le Thibault, restaurante gourmet especializado em cozinha regional
Mesmo assim, por ser agosto, mês de férias na França, vários deles estavam fechados. Depois de andar um pouco, encontramos o Le Thibault IV e, ao escolhê-lo para almoçar, não podíamos imaginar que teríamos ali a melhor refeição da viagem.
O Le Thibault é também um hotel, até simples, e está localizado num ponto central de Vertus, a Place de la République – que na verdade não passa de um pequeno canteiro florido. Apesar da fachada bastante simples, trata-se de um “restaurante gourmet” com a elegância discreta muito comum (e bem-vinda) nos estabelecimentos do interior da França.
São três ambientes com capacidade total para 60 pessoas. Do atendimento, atencioso mas sem qualquer frescura, à deliciosa comida, tudo foi perfeito.
O Thibault é especializado nos produits de terroir, ou seja, na cozinha regional de Champanhe, cuja base é formada principalmente por peixes e legumes frescos. Dispensamos o couvert e como aperitivo pedimos, claro, duas taças de champanhe. O borbulhante servido foi um Duval-Leroy Brut, que nem conhecíamos mas que era muito, muito bom.
Durante o almoço, poderíamos até continuar com a mesma bebida. Mas decidimos “mudar de região”: para acompanhar os escalopes de peixe com legumes e o salmão com molho à base de alho (ambos servidos com uma espécie de arroz cremoso), optamos por um Chablis.
É um vinho da região da Borgonha onde são produzidos, com a mesma uva chardonnay utilizada na elaboração do champanhe, alguns dos melhores brancos do mundo. E, de sobremesa, crème brulée e uma torta com mascarpone, calda de frutas vermelhas e um biscoito champanhe em cima…
Fechávamos assim em grande estilo aquele dia pela Côte des Blancs. Na volta pelo mesmo caminho da Route Touristique du Champagne – rota turística com as estradas que percorrem as cidades da região –, fomos revendo as belíssimas paisagens, revivendo cada pedaço daquele dia e planejando calmamente o dia seguinte, o último em Epernay.

Trecho da ‘Route Touristique du Champagne’ entre Avize e Cramant, no caminho de volta de Vertus para Epernay
No roteiro, estariam a visita a uma grande (e bota grande nisso!) maison produtora, a Mercier, e um passeio a pé, sem pressa e com muitas paradas, ao longo da Avenue de Champagne. Não perca os próximos posts!
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