Retomamos a Route des Grands Crus e as vilas foram se sucedendo, uma mais bonita do que a outra: Fixin (foto acima), Gevrey-Chambertin, Morey-St Denis, Chambolle-Musigny…
Logo em Fixin cruzamos com grupos de ciclistas que faziam o nosso percurso, mas sobre duas rodas pelas ruas de pedra. Ruas e casario que mais pareciam saídos de um cenário de filme.
A cidadezinha seguinte é Gevrey-Chambertin, que tem a fama de ser uma das mais ricas da região. Mas, andando por lá, quase não se nota, apesar de termos visto um restaurante com estrela Michelin…
Essa comuna abriga nove vinhedos grands crus (o topo da classificação na Borgonha) e 27 premiers crus (logo abaixo dos anteriores). Conta a História que os vinhos produzidos lá eram apreciados por Napoleão Bonaparte no século XIX.
Sempre que o território de cada um desses lugares chegava ao fim, no limite com a comuna vizinha, éramos avisados pelas curiosas placas nas quais aparecia riscado o nome da cidade que a partir dali ficava para trás. Assim, íamos passando de uma vila para outra sabendo que, apesar de tão juntas no tempo e no espaço, era enorme a variedade de tons, aromas, sabores de seus vinhos.
Por toda parte, vinhedos e pequenos restaurantes e lojas onde o vinho era destaque em letreiros, vitrines, cardápios expostos na calçada. Mas tudo envolto em um clima de cidade do interior, onde o silêncio e a falta de pressa pareciam estar no comando. Havia pouco movimento nas ruas e víamos muito poucos turistas de cada vez.
Passamos depois por Morey-St Denis, onde a história da produção de vinho era parecida com a de suas vizinhas, com os vinhedos tendo sido cultivados por monges desde o século XII.
E em seguida cruzamos Chambolle-Musigny, uma das aldeias mais charmosas da Côte d’Or e que, junto com Vougeot, havia sido uma das primeiras áreas da Côte de Nuits a cultivar vinhas.
A essa altura, já meio da tarde daquela sexta-feira de agosto, a fome e a sede (!) bateram com força e, antes de chegar ao famoso castelo de Clos de Vougeot, paramos num restaurante de beira de estrada. Bom e barato.
Depois de um borgonha tinto da casa e de dois boeufs bourguignons, a carne cozida no vinho e acompanhada de legumes que é o prato típico da região, era hora de voltar para a estrada e seguir rumo à próxima parada: Vougeot.
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