Pommard é um vilarejo lindo, bucólico, onde temos a impressão de que quase nada acontece. Passam pouquíssimos carros, os fins de semana são tranquilos e quase não vimos pessoas andando pelas ruas. Mas os produtores de vinhos, como sempre, estão à espera dos turistas e suas bicicletas, ávidos por provar os diferentes sabores da região.

Chegamos a uma casa, com cara de castelinho, do Domaine Patrick Clemencet. Apoiamos nossas bicicletas, sem tranca nenhuma, e entramos na recepção. Com a gente, apenas um outro casal de turistas.

Rua e casario de Pommard, vilarejo bucólico que parece ter parado no tempo

Vinhos degustados no balcão do ‘domaine’

Fomos recebidos por um senhor. Sem muita simpatia, mostrou os preços das degustações. Escolhemos a de apenas dois vinhos, pois não era muito em conta: 10 euros por pessoa apenas para prová-los. Experimentamos um vinho do tipo régionales (a categoria mais “baixa” na Borgonha) e um outro de classificação villages ou communales, feito lá mesmo em Pommard.

Os dois vinhos, tintos, eram muito bons, com uma sutileza que em nada tem a ver com “suavidade”, mas sim com a elegância tão característica da uva pinot noir da Borgonha. Cada vez percebíamos melhor, mesmo sem saber explicar tecnicamente, a sutileza e as diferenças dos vinhos que íamos provando na região.

No meio dos vinhedos

Compramos um Pommard, de 2013, que voltou conosco, dentro da mochila, de bicicleta, por entre as vinhas da Côte de Beaune. Ao sairmos de lá tomamos a decisão de voltar a Beaune para devolver a bicicleta e pegar o carro, já que queríamos ir longe, percorrer várias outras cidades e já passava de meio-dia.

Essa volta foi como um sonho. Andamos pela veloroute, deslumbrados mais uma vez com a paisagem, rindo e pensando que aqueles momentos, mais do que nas fotos e vídeos, iam ficar registrados para sempre na retina, na memória e no coração.