Depois de passear de bike, andar pelos vinhedos e pelas aldeias por onde passamos até chegar a Puligny-Montrachet, estávamos famintos. Tínhamos lido sobre dois restaurantes da pequena cidade. Um deles o chique, caro e estrelado Le Montrachet. O outro, L’Estaminet des Meix, o que escolhemos.
Antes de entrar, olhamos o cardápio e encontramos o famoso boeuf bourguignon, prato típico da região feito com carne, que é cozida lentamente em vinho tinto. Conta a história que o prato surgiu da necessidade de amaciar cortes de carnes mais duros. Para isso, era usado o vinho.
O resultado é uma carne tão macia que não é preciso usar faca para cortar. Ela desmancha na boca. Acompanhando a carne, estavam batatas. Nem sabemos como exatamente elas eram feitas. Pareciam batatas amassadas, cozidas e fritas ao mesmo tempo. Mas não importa como foram preparadas. O importante é que foram as melhores batatas que já comemos. O prato estava tão gostoso que, a cada garfada, colocávamos menos comida, para ver se rendia mais.
Porém, antes de começarmos a comer, pedimos o vinho, a grande estrela da refeição. Queríamos um vinho da cidade. Quando pedimos uma indicação à garçonete, ela foi logo avisando:
– Posso ajudar, mas já aviso que são todos caros.
Escolhemos um branco, Puligny-Montarachet, de classificação villages, do Domaine Jean Pascal et Fils, safra 2012. A garrafa custou 40 euros. Foi o vinho mais caro que bebemos em toda a viagem. Mas valeu muito a pena.
Era um branco encorpado, de um amarelo-ouro, muito macio, e que prova que é mais do que possível um vinho branco harmonizar com carne vermelha. Quando a última gota daquele “ouro líquido” se foi, o nosso amor por ele era tanto que nos agarramos à garrafa, nem ligando para o “mico” que estávamos pagando no restaurante.
Para finalizar, mousse de chocolate. A sobremesa estava tão boa que não deu tempo nem de tirar foto.
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