Em nossa viagem pelo mundo dos vinhos no Chile, escolhemos passar alguns dias em Santiago apenas após rodarmos pelas regiões vinícolas do país. Isso foi muito bom pois chegamos aos restaurantes e bares da capital com bastante conhecimento para escolher os vinhos. Durante um dos passeios, na vinícola El Principal, recebemos uma dica da Alexandra, brasileira que nos guiou pelas histórias da bodega, de um bar de vinhos imperdível em Santiago: o Bocanáriz, que fica no coração do bairro boêmio de Lastarria.
Estávamos hospedados ali e durante a nossa primeira caminhada pela área, ainda de longe, vimos um bar super bacana e bastante movimentado. Chegamos perto e era o Bocanáriz. Ficamos encantados com o lugar. Decoração divertida, clima descontraído, ambiente acolhedor. Entramos e não havia mesas para aquela noite. Então, a atendente nos recomendou que fizéssemos uma reserva no dia seguinte.
Na tarde seguinte tentamos fazer a reserva e já não havia disponibilidade para aquele dia. Na hora de sair, à noite, passamos lá e tentamos arriscar e esperar para entrar, mas não foi possível. Já estávamos chateados com o bar, achando que nada poderia fazer dele um lugar tão disputado assim! Até que, um dia depois, chegamos lá no meio da tarde. Bar cheio, mas não lotado: começou uma experiência que justificou toda a espera.
Garçons-sommeliers – Todos os garçons são sommeliers e conhecem profundamente as regiões produtoras do país. A carta de vinhos (acima), com mais de 400 rótulos e três vezes premiada entre as melhores do mundo pela revista Wine Spectator, só tem produtos chilenos. Sempre há 36 rótulos disponíveis em taças. Existe também a possibilidade de escolher degustações temáticas, os chamados ‘vuelos’ (voos), em que podemos conhecer, em conjunto, três exemplares de vinhos e saber mais sobre as tendências da vinicultura chilena.
Os pratos e petiscos são sugeridos pelos atendentes de acordo com os vinhos escolhidos. O objetivo é sempre alcançar a melhor harmonização, ou seja, fazer com que a comida potencialize os melhores e mais gostosos sabores do vinho.
Eu, Letícia, pedi, para começar, um ‘vuelo’ de vinhos brancos, o ‘Blancos de Chile’, composto pelos vinhos Terrunyo, da vinícola Concha y Toro, feito com a uva sauvignon blanc; pelo Vistalago, feito com as uvas riesling, chardonnay e torrontel (que não é a torrontés, muito famosa na Argentina); e o Corralilo, feito com a uva chardonnay, da vinícola Matetic. As taças chegam com uma etiqueta contendo nome, safra e produtor do vinho. Ao servir, o garçom sugere a ordem de degustação, normalmente do vinho mais leve para o mais encorpado.
Já o Edu pediu um ‘vuelo’ de espumantes, o ‘Burbujas – Distintos estilos para diferentes ocasiones’. Veio o Cono Sur Brut, feito com as uvas chardonnay e pinot noir; pelo Santa Digna Estelado Rosé, da vinícola Miguel Torres, feito com a uva país; e pelo Titillum Blanc de Blancs, da vinícola Undurraga, feito com chardonnay. Para acompanhar, nos foi sugerido um carpaccio de polvo com espuma de pomelo, que estava divino…
Continuamos pela tarde afora no Bocanáriz, experimentando taças de vinhos brancos e tintos e aprendendo mais sobre as especificidades de cada região produtora chilena. O atendimento foi impecável, a comida estava maravilhosa e a carta de vinhos, excepcional. Um belo programa para todo mundo que gosta de comer e beber bem.
0 Comentário