Quando estivemos pela primeira vez na região do Vale dos Vinhedos, há três anos, já tínhamos a ideia de visitar as vinícolas menores, menos conhecidas, mais familiares e com menos cara de indústria. Porém, o prédio bonito e imponente e os vinhedos enormes que circundam o hotel Spa do Vinho atiçaram a nossa curiosidade em relação à conhecida Miolo, um dos principais pontos turísticos da região. Assim, decidimos fazer a visita seguida de degustação.
No passeio, os visitantes conhecem algumas plantações onde podem ver as diferentes cepas das uvas no pé, passam pelos tanques onde os vinhos são fermentados e pelos barris de carvalho, onde ficam envelhecendo. Também há a cave onde são feitos os espumantes, pelo método tradicional, o champenoise. A visita termina na sala de degustações. Somente no ano passado, cerca de 200 mil turistas estiveram na vinícola.

A bonita casa-sede no meio do terreno da vinícola, onde ficam administração, loja e várias salas de degustação
A história da Miolo começa com a chegada de Giuseppe Miolo, vindo do Vêneto, na Itália. Em busca de boas oportunidades no Brasil, ele entregou todas as suas economias em troca de um terreno no Vale, o Lote 43, que tempos depois passou a dar nome ao vinho mais renomado da vinícola.
Nessa época, ele começou o cultivo de uvas e, na década de 70, tornou-se pioneiro no plantio das chamadas uvas finas. Apesar de não fazerem vinhos, as uvas plantadas eram muito elogiadas pelos produtores da região.
Em 1989 é iniciada a produção de vinhos, que é vendida a granel para outras vinícolas. Somente em 1992 é fabricado o primeiro vinho da Miolo. Os negócios da vinícola crescem de forma muito rápida e um programa de expansão é colocado em prática. Assim, depois de algumas parcerias, surge, em 2006, a Miolo Wine Group, com seis projetos no Brasil, em diferentes regiões, e também em outros quatro países: Itália, Argentina, Chile e Espanha.
O grupo é o maior exportador de vinhos do Brasil e elabora cerca de 12 milhões de litros da bebida por ano. São mais de 100 produtos feitos com os parceiros nacionais e internacionais.

‘Lounge’ ao ar livre: ‘Wine Garden’ é nova aposta turística da vinícola para piqueniques e refeições em torno do vinho
Wine Bar – A nova atração turística da sede da Miolo, no Vale dos Vinhedos, é o Wine Garden, um bar de vinhos a céu aberto, instalado no histórico Lote 43. A estrutura funciona a partir de um wine truck e oferece cenários diferentes aos visitantes.
Nesse outono, os turistas são convidados a comer e beber em toalhas de piquenique. É um ótimo programa para fazer em casal, em família e mesmo com as crianças, já que é um lugar no meio da natureza.
Degustando e comprando – O vinho mais renomado da vinícola é o Lote 43, que ganhou o importante prêmio Miami International Wine Fair, nos Estados Unidos. Mas nós temos outra preferência, mesmo antes de fundarmos este Botequim: o maravilhoso Merlot Terroir.
Ainda mais porque todas as vezes em que tivemos a oportunidade de bebê-lo foi o da safra 2012, considerada histórica em toda a região. No entanto, esse ótimo vinho já recebeu nove prêmios para as suas safras de 2004, 2005 e 2009.
O espumante Miolo Brut também foi reconhecido por meio de prêmios internacionais. Das onze medalhas que recebeu, seis são reconhecimentos na França, terra do champanhe. Esse foi um dos vinhos oferecidos na degustação e gostamos bastante.
Tanto o Merlot Terroir como o Lote 43 não são vinhos baratos para os padrões brasileiros. Mesmo se adquiridos na vinícola, custam em torno de R$ 130, o primeiro, e R$ 150, o segundo. Mas valem muito a pena. Não deixam a desejar a nenhum bom vinho argentino ou chileno aos quais estamos acostumados por aqui.
De toda forma, por razões econômicas, tratamos logo de achar outro para o dia-a-dia, este bastante razoável e de ótimo custo-benefício: o Merlot Reserva 2014, a R$ 35.
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