Pode parecer um pouco exagerado, mas um dia inteiro pelas vinícolas de Mendoza ainda não é o suficiente quando falamos de beber vinho. Explico: as degustações nas vinícolas são acompanhadas de muitas e boas explicações e é quando podemos “brincar” de sommelier, tentando encontrar todos aqueles aromas e sabores dos quais escutamos falar. É tudo divertido, mas “profissional”. Assim, fica faltando aquele momento de beber o vinho sem pressa, para regar a conversa, acompanhar uma comidinha e esquecer do tempo enquanto conversamos.
Para isso não faltam opções no Centro da cidade. Chegamos à Avenida Arístides Villanueva, uma espécie de “Baixo Mendoza”.
Há muitos bares e restaurantes dos mais diversos estilos, dos mais clássicos até pubs irlandeses. O público é bem variado: turistas, jovens, casais e famílias. O movimento, mesmo nos restaurantes, assim como ocorre em Buenos Aires, começa mais tarde para os nossos padrões. É comum que as pessoas cheguem para jantar depois das 11 da noite.
Na primeira vez em que estivemos na cidade, chamou-nos atenção o fato de muitas pessoas estarem bebendo cerveja nos bares com mesas nas calçadas. A nossa impressão foi a de que, como a região respira vinho e a bebida faz parte do trabalho de muita gente, chega uma hora em que ninguém aguenta mais… Então, eles optam pela cervejinha.
Josefina – Nos restaurantes, no entanto, bebe-se vinho em quase todas as mesas. Andando pela rua, demos de cara com o Josefina. O restaurante tem as paredes de vidro e o seu interior pode ser visto da calçada. O ambiente é claro, agradável e tem uma decoração muito bonita e elegante. Ainda de fora é possível ver a adega enorme e deslumbrante que fica no segundo andar. Foi ela que nos fisgou.
O restaurante tem um menu não muito grande que muda de acordo com a estação do ano. A prioridade é o uso de ingredientes frescos e da época. Um dos pratos que comemos foi um gnochi com recheio de ricota. O outro foi talharim com molho de tomate. Tudo simples e incrivelmente bom.
Para acompanhar, vinho tinto. Escolhemos o Catalpa Malbec 2014, da Bodega Atamisque, que havíamos visitado pela manhã (em breve vamos contar como foi) e que tinha nos encantado com seus vinhos. Harmonizou muito bem.
Um detalhe que nos deixou encantados foi a gigantesca porta do restaurante, de madeira colorida, quase uma obra de arte. O Josefina fica no número 165 da Avenida Arístides Villanueva.
Gio Bar – Em outra noite na cidade, não estávamos com fome para um jantar. Então, procuramos um lugar para – advinhem! – beber um vinho e comer alguma coisa mais leve.

Gio Bar: bistrô de cozinha ítalo-argentina e ampla carta de vinhos, dividida segundo as variedades de uvas
Saindo da rua principal de bares, chegamos ao Gio Bar, que fica na Rua Chile, bem próximo à Plaza Independencia. O local parece um bistrô e tem uma cozinha ítalo-argentina. Há uma carta de vinhos ótima, separada por tipo de uva, e com bons preços.
Nós pedimos uma mini-pizza e comemos como petisco, para acompanhar o vinho Saint Felicien Cabernet Sauvignon 2013, uma linha mais básica da Catena. Muito bom e barato. Para finalizar, pedimos de sobremesa uma mousse de doce de leite.
Dentro do Gio Bar, na parte de trás, está a delicatessen o Il Mercatino, na verdade uma mistura de armazém e vinhoteca bem bacana. Lá é possível encontrar vinhos ótimos a bons preços, além de frios, geleias, pastinhas e muitos produtos para quem gosta de cozinhar com ingredientes especiais.
No Centro de Mendoza há também alguns cassinos, boates e restaurantes e hotéis de luxo. Quem já foi diz que vale a pena. Gosto não se discute. Nós preferimos coroar os dias de descobertas e degustações com noites de mais vinho e conversa boa.
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