Um dos programas clássicos de Buenos Aires é a visita à feirinha de San Telmo, um dos bairros mais antigos e mais boêmios da capital argentina. Lá é possível assistir às performances de artistas de rua, de dançarinos de tango, passear entre lojas e entre as barraquinhas que vendem antiguidades. Em um desses passeios nos chamou a atenção o Sagardi, bar “moderninho” na Rua Humberto Primo, uma das que vão dar direto na praça Dorrego, onde fica a tradicional feira de antiguidades.

No comprido balcão do bar, há variadas opções de ‘tapas’ cujo controle é feito pelo garçom por meio de palitos
Com uma decoração elegante e um espaço bem bonito e aconchegante, o Sagardi é um bar de tapas e restaurante espanhol. Sempre cheio de portenhos e turistas, oferece uma ótima carta de vinhos, além de cervejas e chopes.
Para beliscar, o sistema é o seguinte: as tapas ficam em um grande balcão e os clientes pegam um pratinho e escolhem sozinhos o que querem. Cada petisco vem num palito.
Na hora de fechar a conta, o garçom conta os palitos para saber quantas tapas a pessoa comeu. Há mini-sanduíches de frios, torradinhas com pastas de ovos, atum, linguiça e muitos outros sabores. As tapas que precisam ser servidas quentes são trazidas de tempos em tempos pelos garçons e oferecidas aos clientes em bandejas. Ficamos loucos por uma espécie de cachorro-quente feito com linguiça artesanal. Uma coisa!
Na nossa primeira vez no lugar, optamos por tomar cerveja pois já havíamos bebido algumas Quilmes em um outro bar antes. Sentamos no balcão e fomos beliscando, batendo papo e bebendo. Porém, saímos de lá com a sensação de que tínhamos perdido a oportunidade de conhecer bons vinhos e experimentar essa harmonização da bebida com as tapas.
‘Mesão’ – Quando voltamos lá, sentamos em uma grande mesa compartilhada que fica em frente ao balcão das tapas. Quase todas as pessoas bebiam vinhos: muitas estavam nos tintos, mas algumas apostaram nos brancos. Vários clientes bebiam em taça e outros dividiam garrafas.
Essa mesa cria um ambiente de alegria e de descontração. Pudemos observar famílias, amigos e turistas de diferentes idades se divertindo e confraternizando, num lugar ao mesmo tempo no meio do burburinho turístico e “fora” dele, já que do lado de dentro parece que estamos até em outra cidade.
Nossa escolha foi o vinho indicado como “da casa” pelo bar. Uco Acero Malbec 2011, produzido no Valle de Uco, em Mendoza. Achamos o vinho ótimo e, para nós, que não somos especialistas, fácil de beber. Aquele, digamos, “malbecão” clássico. A garrafa foi embora rapidinho acompanhada das tapas. Deu vontade de dar uma exagerada e pedir mais uma taça para continuar por ali, o que vimos algumas pessoas fazerem. Mas nosso senso de responsabilidade – dessa vez – falou mais alto. Afinal, ainda queríamos continuar a descoberta de outros vinhos argentinos mais tarde, no jantar. Um dia voltaremos (e, é claro, recomendamos aos nossos leitores), até porque o Sagardi já está no rol de bares que amamos e estará sempre lá esperando por mais uma visita.
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