O mundo do vinho pode ser assim, ó: num dia você está à procura daquele tinto honesto pra acompanhar o macarrão do jantar; noutro, está em busca, isso sim, de um sonho em forma de garrafa cheia. Dito de outra forma, os olhos que percorrem a prateleira do mercado barateiro do bairro são os mesmos que se emocionam na frente de algumas das mais famosas plantações de uvas do mundo – como as da Borgonha, na França, onde estivemos no ano passado.
É desse jeito que a conversa vai fluir por aqui. De gole em gole, entre todos os tons de brancos, rosados, vermelhos e borbulhantes, histórias que vimos e vivemos. O vinho não como algo distante e para iniciados – que também não somos –, mas regando o papo no balcão.
Encosta aí! A gente promete que já ficaram lá fora todas as pompas e circunstâncias que afastam o vinho do que ele há séculos faz de melhor: reunir pessoas e suas histórias.
Aqui cabe tudo. O mundo do vinho e os vinhos do mundo: da velhinha francesa que produz e vende o seu produto numa casinha na Borgonha ao cantor que abandonou cachaças e cervejas e hoje reveza tintos e brancos entre um samba e outro; do espumante brasileiro feito por um chileno que ganha prêmios na França aos malbecs e cabernets entornados diante da Cordilheira dos Andes, em Mendoza; do subsolo frio das caves de Reims, onde amadurecem alguns dos melhores champanhes, aos vinhedos e surpresas do Uruguai; dos vinhos em taça nos botecos de Paris às mesas de bares e lares do Rio…
É pá-pum, tem que sentir e gostar (ou não!). Sem teoria. Sem essa de “boa entrada de boca” nem de “final alongado”, tá combinado?
Então, vambora tocando o barquinho que o vinho é da casa e detesta posudos. Até porque, no fim das contas, o que essas garrafinhas – tímidas ou cheias de personalidade – vivem a nos dizer é: “Na dúvida, beba”!
Pronto, eis o lema deste balcão.