Uma prova de 7 rótulos na ‘Lo de Joaquin Alberdi’, templo do vinho argentino.
Desde que conhecemos a Lo de Joaquin Alberdi, em Buenos Aires, participar de uma degustação ali se tornou um objeto de desejo para nós. Alguns anos depois, finalmente a agenda da viagem se encontrou com a de uma das provas de vinhos da loja, no boêmio e gastronômico bairro de Palermo Soho. Que tarde, senhoras e senhores! Que tarde!
Num sábado de abril, de passagem para comprar alguns rótulos, havia uma degustação em andamento e, vendo a nossa aflição por não termos sabido disso antes, o vendedor nos avisou que no dia seguinte também haveria “função”. Felicidade total. Às 17h de domingo, teríamos nada menos do que sete vinhos para provar. Topamos na hora.
O querido e carismático Joaquin Alberdi (acima, conversando com clientes) nos recebeu, mais uma vez, com sorriso, boa conversa e vinhos. E dicas. Que, aliás, nunca falharam. E assim seguimos trazendo vinhos pouco conhecidos por aqui, deliciosos, por um custo-benefício espetacular. São malbecs, cabernets, bonardas, torrontés, misturas, de Mendoza mas também de regiões como Salta e Patagônia… beleza pura. Deixamos as compras para o domingo, depois da aula e das surpresas apresentadas pelo Walter (abaixo), que conduziu a prova.
Degustação – A primeira empolgação da nossa parte se dava pela realização da vontade antiga de experimentar vinhos naquele balcão, com a vista da rua Jorge Luis Borges, coração daquele pedaço de Palermo.
Foi por aquela “vitrine” que nos encantamos, anos atrás, por aquela loja quase mágica, de onde nunca trouxemos nem um vinho sequer “mais ou menos” (e nem a preços caros, já que ele encaixa o que cabe no bolso do cliente, basta explicar o que você quer).
Os setes vinhos foram um espumante rosé, um rosé “tranquilo” (não espumante), um chardonnay e quatro tintos. Com a gente na degustação, apenas um casal de canadenses que suspirava a cada gole e, com aparente calma nórdica, lamentava o fato de a legislação do Canadá lhes permitir entrar com apenas três (3!) vinhos no país.
Os destaques, para nós, foram os tintos. A começar pelo Perro Callejero, um blend de malbec (combinação de uvas malbec de diferentes terrenos e climas) de Mendoza, safra 2016. Fruta, doçura e prazer na taça.
Também gostamos muito dos dois Cicchitti que provamos, também de Mendoza, ambos de 2012. Um deles feito com as uvas malbec, cabernet sauvignon e merlot. O outro, só com a sangiovese, variedade originária da Itália e que nunca tínhamos provado num vinho argentino. Sensacional.
No mais, foi conversar, aprender, beber e comer a ótima tábua de frios que nos foi servida. No fim da degustação, as garrafas (de outros vinhos dos quais já gostávamos e de algumas novidades) enfileiradas no caixa mais uma vez demonstravam o valor que tem para nós esse oásis de vinho e carinho em Buenos Aires.